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Consumidores do Culto

Será que estamos vendo a igreja, nossa comunidade local e o culto através de uma visão consumista?

Que vivemos numa sociedade de consumo isso não é novidade, mas o que pode estar passando despercebido por nós é que estamos tratando a Igreja e as pessoas do nosso convívio como algo a ser consumido. Segundo M. Goheen e C. Bartholomew, em Introdução à Cosmovisão Cristã (2008):

“(…) o consumismo se tornou um dos principais candidatos à posição de nova narrativa definidora de cultura ocidental (…). A cultura do consumo é uma cultura em que os valores fundamentais se originam cada vez mais do consumo, em vez do contrário. Em princípio, tudo se torna um produto que pode ser comprado e vendido.”

Dentro da realidade de uma vida em comunidade, com nossa igreja local, família e amigos, estamos cada vez mais olhando para o outro apenas como “servente”, que tem algo para me dar ou dizer, para falar sobre o nosso eu e esquecemos de que, a realidade como um todo não se baseia no nosso olhar sobre o mundo.


Tratamos a Igreja do Senhor, o momento de culto (a exposição da Palavra e o momento de louvor, por exemplo) como produtos a serem consumidos por nós. A vida em comunidade, dentro e fora das quatro paredes do templo, tem servido para nos saciar de alguma forma, seja massageando o nosso ego ou sendo agradável aos nossos ouvidos.


Nossos hobbies, profissão e lazeres vem de Deus, devemos usar uma ética de acordo com as escrituras até para vendermos ou oferecermos algo às pessoas. Portanto, não podemos visar somente o nosso lucro e satisfação pois, além de gerar e incentivar ainda mais esse consumo desenfreado, estaremos participando dessa manobra.

Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu Helio Mattar, em entrevista para o canal do Youtube da Ligia Camargo, “Incomodados” (2018), alerta que:

“(…) o consumo desnecessário faz com que as pessoas se afastem delas mesmas. Apesar da busca pela felicidade, o consumo entra como mediador nesse caminho e não permite que as pessoas cheguem até si próprias. (…) Precisamos de uma revolução no consumo de modo que o comportamento das pessoas mude frente ao ato de consumir. Apenas quando a mudança for real, teremos uma sociedade de mais ‘ser’ do que ‘ter’ e estaremos mais próximos de nós mesmos e também dos outros. Assim, deve haver uma melhora nas relações mais íntimas de amizade.”

O consumo desenfreado e não-consciente (em todas as esferas da sociedade), está também atrelado a uma falsa sensação de poder, de força, o famoso “ostentar”, onde o vício de consumir na verdade é um vício de mostrar ao outro que, por meio de suas aquisições, ele é de certo modo “superior”. Isso também revela, dentro de nossos corações, uma idolatria ao nosso próprio eu, nosso vício em sustentar um talvez falso status em nome de uma falsa aprovação alheia.


Precisamos nos lembrar, enquanto comunicadores cristãos, de que o culto, assim como as pessoas do nosso convívio, não são feitos para o nosso consumo. O Reino de Deus não é feito para me agradar ou massagear meu ego, assim como as pessoas não são produtos a serem descartados na próxima atualização.


Não somos consumidores da nossa comunidade local, dos nossos pastores e amigos pelo simples fato de que não somos membros de um clube e sim, parte de uma Igreja, de um só Corpo cheio de pessoas que trabalham em prol do Reino de Deus.

Enquanto não abrirmos nossos olhos para este problema de consumo, reflexo de corações moldados por uma sociedade que visa somente o lucro, não iremos conseguir olhar para todos os ambientes das nossas vidas como devem ser olhados: palcos para que somente a Glória de Deus possa resplandecer através de nós.

E, enquanto tratarmos essa única vida terrena que o Pai nos presenteou, não nos daremos conta do tempo que estamos perdendo e da tristeza de não servir ao Reino apesar de tudo.





REFERÊNCIAS:

GOHEEN, M. E BARTHOLOMEW, C. Introdução à Cosmovisão Cristã. 1ª edição. Vida Nova; 22 agosto 2016.

MATTAR, Helio para INCOMODADOS com Ligia Camargo. Helio Mattar Instituto Akatu. Youtube, 19 de fev. de 2018.

 
 
 

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por Beatriz Araujo

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