Como tudo na Bíblia aponta para Jesus Cristo
- contatobglops
- 6 de jun. de 2024
- 4 min de leitura
Durante a nossa trajetória na fé cristã, vemos com certa frequência irmãos em Cristo com a convicção de que as Escrituras são, de forma reducionista, um conjunto de livros com personagens bíblicos — os heróis da fé com suas histórias milagrosas e arcos façanhosos.
Vemos formações vazias e superficiais, frutos de um evangelho pregado de forma antropocêntrica e um olhar místico e distante para a Palavra revelada por Deus para nós.
Mas, existe uma forma de remodelarmos estes olhares desfalcados os preenchendo com teologia bíblica sólida, que nos aproxima da compreensão e discernimento bíblico, instruído pelo próprio Deus no decorrer de todo Provérbios.
A Bíblia é a história da Revelação de Deus
Com a Teologia Bíblica, temos um novo olhar para as Escrituras, travas são tiradas de nossos olhos, assim como escrito em Lucas 6.39–42 e somos chamados à Luz da interpretação bíblica que o próprio Autor nos trouxe.
Entendemos também que a Palavra é em suma verdade, um único Livro contendo a história da Revelação e Redenção de Deus, a qual Ele mesmo escolheu escrever por meio de Cristo, atuando em pessoas, sinais, maravilhas e promessas. Ora, assim também com o Novo Testamento, sendo a consumação de tudo aquilo antecipado no Antigo Testamento, através do Messias Ressurreto.
“O Antigo Testamento, por meio de sua atitude profética, postula o Novo Testamento. E existem passagens nas quais o termo “NOVO” emerge de um modo semiconsciente, por assim dizer, para dar a impressão de fazer contraste entre o que é e o que será [Is 65.17; Ez 11.19]. Esse uso técnico de “novo” foi passado até mesmo para o vocabulário da dispensação do cumprimento [Mt 13.52; Mc 16.17; 2Co 5.17; Ap 2.17]” (VOS, GEERHARDUS, 2010, pág. 361 e 362)
Sendo assim, vemos em Cristo, o elo e o ponto-chave para toda essa história da qual fazemos parte. Com nosso olhar alterado, somos capazes de, através da teologia bíblica, ver as Escrituras como relatos históricos, fatos e não somente personagens.
Conseguimos ver que, em todos os períodos, existe uma promessa vindoura, existe uma esperança messiânica no porvir que foi e tem sido consumada através da vinda encarnada de Jesus.
Jesus é o elo de toda a Escritura
A vinda de Cristo, relatada no Novo Testamento, carrega a mensagem da Nova Aliança de Deus para com seu povo, prometida desde o Antigo Testamento. Aliança essa que nos trouxe o Espírito Santo e o pacto da graça.
Esta nova aliança vinda mediante Jesus não nos traz novos aspectos da revelação de Deus no que diz respeito ao registro do Antigo Testamento e sim, consumar tudo aquilo prometido.
No NT, o pacto da Graça passa a ser administrado de uma forma diferente das suas administrações no AT. Em vez das promessas, profecias, sacrifícios, circuncisão e a Páscoa, no NT temos a pregação da Palavra e a celebração dos sacramentos, nos quais a graça e a salvação são anunciadas com plenitude. (DULCI, PEDRO, 2023, AULA 3.1 — A NATUREZA E A ESTRUTURA DA REVELAÇÃO DO NT)
Todo o trajeto percorrido pelos nossos irmãos históricos na aliança feita na Lei por Deus, agora tem a oportunidade de ser cumprida em Graça, através do Cristo encarnado. Temos acesso a Deus através das Suas leis, agora gravadas em nossos corações pelo Evangelho que é Cristo e não mais em tábuas ou repetições memorizadas. Em Jesus, vivemos a Lei e a Graça de forma viva, através do Espírito em nós.
“O funcionamento da revelação de Cristo durante o Antigo Testamento e depois de sua ascensão não completa, contudo, toda a tarefa revelatória desempenhada por ele, além do seu ministério público. Pois tudo isso pertence à esfera da redenção, e, ao lado dela, temos de colocar sua mediação do conhecimento de Deus na natureza. Tudo aquilo que é revelado sobre Deus à mente do homem por meio da natureza vem por intermédio de Cristo. E nós não devemos conceber isso como puramente preliminar, havendo cessado tão logo sua atividade no Antigo Testamento houvesse começado ou sua encarnação houvesse acontecido. Isso continua ainda agora e continuará para sempre interligado com tudo aquilo a que a revelação redentora se sobrepõe.” (VOS, GEERHARDUS, 2010, pág. 414)
Conclusão
Não precisamos de uma revelação extra vinda de Deus, pois tudo o que havia de ser revelado a nós, Ele já o fez. Agora, assim como o povo e os relatos históricos do Antigo Testamento, aguardamos o cumprimento das promessas já escritas sobre o porvir para nós, enquanto Igreja, onde serão consumadas na segunda finalmente vinda vinda de Cristo.
A Teologia Bíblica nos possibilita enxergar toda a história redentiva com seu começo, meio e fim, como um conjunto fielmente amarrado por Aquele que a escreveu. Agora, podemos aguardar com fé e esperança que as promessas sejam cumpridas, a Nova Aliança em Jesus consumada e a História da Redenção, finalizada em Glória e Esplendor.
Referências Bibliográficas
VOS, Geerhardus. Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamentos. Tradução: Alberto Almeida de Paula. 1ª Edição. São Paulo: Cultura Cristã, 2019, 496p.
DULCI, Pedro. Tudo se fez novo: AULA 3.1 — A NATUREZA E A ESTRUTURA DA REVELAÇÃO DO NT .Invisible College. 2023. Vídeo (22.55) Disponível em: https://hubinvisiblecollege.com.br/course/tutoria-essencial-2023
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